23 de jul. de 2015

Autores dos gols jamaicanos nunca atuaram em seu país


A Jamaica é a grande surpresa da Copa Ouro 2015. Os Reggae Boyz não estampavam as capas do noticiário internacional desde que obtiveram a classificação para o mundial da França em 1998. Mas um fato inusitado cerca a maior vitorias do caribenhos na competição. Mattocks e Barnes, autores dos gols da vitória contra os EUA, nunca atuaram por clubes jamaicanos.

Apesar de não ter uma liga nacional forte, os clubes jamaicanos costumavam revelar os jogadores que no futuro integrariam sua seleção. Mas a globalização acabou mudando um pouco esse panorama. Dos 23 convocados pelo alemão Winfried Schaffer apenas dois atuam na terra de Bob Marley e 12 nunca jogaram no país. Em geral, são descendentes de jamaicanos que nasceram na Inglaterra ou jogadores que migraram ainda cedo para os EUA onde começaram a carreira.

E o que durante um tempo acabou sendo o ponto negativo de uma seleção que não tinha uma identidade nacional forte, acabou se transformando a experiência internacional na principal qualidade da equipe.



Com apenas vinte e quatro anos, Darren Mattocks já disputou quatro temporadas da MLS pelo Vancouver Whitecaps. O centroavante da equipe canadense fatalmente chegará a 100 jogos no clube ainda nesta temporada com vinte gols marcados. Estreou na seleção nacional em 2012, tendo anotado três gols na vitoriosa campanha da Copa do Caribe 2014 em casa, fato este que o consagrou como artilheiro do torneio. Considerado um prodígio desde a época que ainda jogava pela Universidade de Akron, Mattocks é hoje um dos jogadores mais valiosos dos Estados Unidos.



Seu companheiro de ataque tem história semelhante, mas do outro lado do atlântico. Giles Barnes nasceu em Londres e fez toda sua carreira na Inglaterra. Com passagens por Derby County, Fulham, West Bronwich e Doncaster Rovers disputou ao todo sete temporadas nas duas principais divisões inglesas. Em 2012 assinou com o Houston Dynamo com expectativas de ser um dos principais jogadores dos laranjas. E não decepcionou; titular desde sua chegada já anotou mais de vinte gols nos EUA além de ter ajudado sua equipe na campanha do vice-campeonato no ano de sua chegada. A carreira na seleção é mais recente. Com passagens pela sub-19 inglesa, mas com avós jamaicanos, o jogador anunciou no ano passado o desejo de jogar pela Jamaica e conseguiu sua primeira convocação neste ano.


Resta saber agora, se os “estrangeiros” jamaicanos podem levar sua nova seleção ao título inédito da Copa Ouro e a tão sonhada segunda participação em mundiais.

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