A Jamaica é a grande surpresa da
Copa Ouro 2015. Os Reggae Boyz não estampavam as capas do noticiário internacional
desde que obtiveram a classificação para o mundial da França em 1998. Mas um fato
inusitado cerca a maior vitorias do caribenhos na competição. Mattocks e
Barnes, autores dos gols da vitória contra os EUA, nunca atuaram por clubes
jamaicanos.
Apesar de não ter uma liga
nacional forte, os clubes jamaicanos costumavam revelar os jogadores que no
futuro integrariam sua seleção. Mas a globalização acabou mudando um pouco esse
panorama. Dos 23 convocados pelo alemão Winfried Schaffer apenas dois atuam na
terra de Bob Marley e 12 nunca jogaram no país. Em geral, são descendentes de
jamaicanos que nasceram na Inglaterra ou jogadores que migraram ainda cedo para
os EUA onde começaram a carreira.
E o que durante um tempo acabou
sendo o ponto negativo de uma seleção que não tinha uma identidade nacional
forte, acabou se transformando a experiência internacional na principal
qualidade da equipe.
Com apenas vinte e quatro anos,
Darren Mattocks já disputou quatro temporadas da MLS pelo Vancouver Whitecaps. O
centroavante da equipe canadense fatalmente chegará a 100 jogos no clube ainda
nesta temporada com vinte gols marcados. Estreou na seleção nacional em 2012,
tendo anotado três gols na vitoriosa campanha da Copa do Caribe 2014 em casa,
fato este que o consagrou como artilheiro do torneio. Considerado um prodígio desde
a época que ainda jogava pela Universidade de Akron, Mattocks é hoje um dos
jogadores mais valiosos dos Estados Unidos.
Seu companheiro de ataque tem história
semelhante, mas do outro lado do atlântico. Giles Barnes nasceu em Londres e
fez toda sua carreira na Inglaterra. Com passagens por Derby County, Fulham,
West Bronwich e Doncaster Rovers disputou ao todo sete temporadas nas duas
principais divisões inglesas. Em 2012 assinou com o Houston Dynamo com
expectativas de ser um dos principais jogadores dos laranjas. E não decepcionou;
titular desde sua chegada já anotou mais de vinte gols nos EUA além de ter ajudado
sua equipe na campanha do vice-campeonato no ano de sua chegada. A carreira na seleção
é mais recente. Com passagens pela sub-19 inglesa, mas com avós jamaicanos, o
jogador anunciou no ano passado o desejo de jogar pela Jamaica e conseguiu sua
primeira convocação neste ano.
Resta saber agora, se os “estrangeiros”
jamaicanos podem levar sua nova seleção ao título inédito da Copa Ouro e a tão
sonhada segunda participação em mundiais.
0 comentários:
Postar um comentário